quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Ansiedade


             Quem nunca ficou ansioso em algum momento da sua vida que atire a primeira pedra! Todos nós já passamos por momentos de ansiedade! Alguns mais leves outros nem tanto. Mas como lidar com essas situações nada agradáveis? Em muitos casos, a ansiedade é uma resposta ‘normal’, adaptativa e positiva. Um exemplo disso é quando ela te ajuda a se empenhar mais no trabalho ou na concretização de um projeto. Mas, então como posso saber quando a ansiedade é positiva ou negativa – patológica?

Primeiro precisamos saber três coisas importantes:

1.                                nível de ansiedade: quando fico ansioso é num nível exagerado em relação a realidade? Será que essa situação é de fato ameaçadora para justificar todo esse medo ou ansiedade?

2.                                a justificativa para a ansiedade: como falava no item anterior a justificativa para a ansiedade deve ser realista. Digo realista porque muitas vezes a pessoa ansiosa pode interpretar de forma irreal uma situação porque está pensando e vendo com a ‘lente de aumento’ que o medo e os pensamentos catastróficos provocam nela. Só para explicar melhor, pensamento catastrófico é aquele que sem base na realidade caminha sempre para a catástrofe, para algo ruim. Então para procurar essa justificativa é necessário retirar o máximo que conseguir essa ‘lente de aumento’ e ver a realidade da forma mais objetiva possível.

3.                                essa ansiedade me provoca conseqüências negativas?: Quando uma ansiedade não é ‘normal’ (ou seja, quando não é nem adaptativa nem positiva) ela produz conseqüências negativas como, por exemplo, retração social, ou pressão alta, ou mau desempenho no trabalho dentre tantas outras conseqüências ruins que a ansiedade pode provocar.

Depois de se questionar seriamente sobre esses 3 itens e você percebeu que a ansiedade ou o medo que você está sentindo não condiz com a realidade ou que ela não é nem positiva nem adaptativa, é preciso começar a questionar os seus pensamentos e sentimentos – sempre pautando a sua argumentação na realidade e na verdade. É importante fazermos isso porque temos uma péssima mania de darmos mais atenção àquilo que é ruim e acabamos esquecendo o que é bom e positivo tanto em nós quanto nos outros e nas situações que vivenciamos. Essa luta contra esses pensamentos catastróficos ou pessimistas – que via de regra são falsos! – deve ser feita toda vez que eles aparecerem em nossas mentes. Muitas vezes essa briga se torna constante porque tais pensamentos costumam ser ruminativos (ou seja, vão e voltam muitas vezes). Por isso, é preciso brigar com eles até sumirem ou se tornarem mais fracos. Mas não desanime! É assim mesmo! Esta luta é antes de qualquer coisa um treino constante - toda vez que vierem esses pensamentos negativos ou catastróficos procure rebatê-los. Se você se cansou de lutar então desfoque a sua atenção deles. O que é importante é que não os deixe ganhar espaço na sua cabeça. Você verá que com o treino dessa habilidade a sua ansiedade ficará muito melhor e mais fácil de lidar. Caso ela ainda esteja causando problemas para você e para os que estão a sua volta, procure um psicólogo ou um psiquiatra. Não deixe piorar esse quadro para buscar ajuda!
              Preste atenção em você mesmo! Se cuide!

sexta-feira, 13 de maio de 2011

A dor da perda

"Acabou". O quanto essa simples palavra é dura para quem está passando por esse momento... Perder algo ou alguém seja pelo motivo e forma que for é sempre algo difícil de aceitar e doloroso de enfrentar.
A perda pode ser de qualquer coisa ou pessoa que julgávamos nossa ou que iríamos ter sempre conosco. O certo é que ninguém está livre de vivenciar isso. As perdas permeiam o nosso cotidiano! Porém quando se aceita melhor aquilo que acontece no dia-a-dia, é possível conseguir mais rapidamente voltar ao estado normal. Agora aquele que não admite perder nem no dominó ou num jogo de cartas qualquer, esse terá mais dificuldade em lidar com perdas mais sérias. 
Separação
A separação pode ser uma das experiências mais difíceis da nossa vida e todos nós um dia passaremos por algum tipo de separação. Existem aquelas que podem ser só por um momento (como por motivo de viagem, por exemplo) e outras são definitivas ou a longo prazo.
O tipo mais complicado de separação costuma ser a de longo prazo ou definitivas onde nem sempre existe retorno. São os casos do divórcio, demissão, fim de um amor, morte de uma pessoa querida. Esses tipos de separação geralmente resultam em dor emocional intensa que é difícil de superar.  
O que fazer para superar uma perda?
É verdade que quando vivenciamos um sofrimento por uma perda a dor é realmente difícil de lidar. E isso acontece porque criamos uma percepção equivocada de que temos controle ou o poder de manter determinada coisa ou pessoa – como se nunca algo fora desse plano fosse acontecer. Contudo, a realidade é bem diversa disso! Não temos controle sobre nada nem ninguém, muito menos que serão eternos. As coisas mudam, as pessoas mudam, as situações mudam. Tudo muda. E quando projetamos, criamos expectativas sobre algo, e com isso corremos o risco de sofrer pela perda. Percebam! A dor maior não é porque a realidade é dura e sim porque estávamos lá nas nuvens! E como se diz: “quanto mais alto, maior a queda” (e a dor)! Não é que não podemos projetar ou ter expectativas, mas que possamos fazê-los com mais consciência da realidade, ter mais os pés no chão. Isso nos ajuda muito não só no sofrimento, mas também nas alegrias e nos momentos felizes.
Então, o que fazer para superar essa dor que sinto agora? A primeira coisa que você pode fazer para amenizar essa dor, é desabafar. Desabafar não significa contar para qualquer um o que aconteceu. Significa falar com uma pessoa em quem você confia (e já demonstrou ser digna de confiança) sobre o que está passando, e sobre o que está sentindo. Quando falamos conseguimos reprocessar, digerir melhor o que está acontecendo, pensamos mais fácil e claramente sobre o que estamos passando. Quando falamos colocamos para nós mesmos às claras a realidade. Ver os fatos, falar sobre eles e sobre os sentimentos que estão dentro de você dá menos brecha para que os fantasmas do medo, da frustração, da desesperança, do desejo de vingança e tantos outros nos atormentem ou nos assombrem nesses momentos.
Desabafar também é chorar. Sim, chorar... Você PODE chorar. As lágrimas muitas vezes conseguem expressar aquilo que as palavras não são capazes. Elas chegam até as nossas emoções, expressam-nas mais claramente, e põem para fora aquilo que nos angustia. Enfim ‘lavam a alma’. É realmente muito bom chorar. Gostaria apenas de fazer uma observação: o choro é bom, como disse, quando é sobre a situação em si e sobre nossos sentimentos em relação a ela. Mas cuidado com a auto-piedade! Ela é vista como uma das fases da perda, do luto, mas deve ser apenas um estágio; um período que deve ser superado. Nunca é bom dar espaço a ela! Pois se alimentarmos exageradamente a auto-piedade poderemos ter mais dificuldade em lidar com a perda nos conduzindo, dessa forma, pelos tortuosos caminhos do medo e até da depressão. Por isso, chorar é muito bom, mas chega uma hora que é necessário dizer a si mesmo: ‘Chega! Agora tenho que pensar em alternativas para mim e minha vida. Não posso continuar assim!’
Também já ter experimentado que outras pessoas nos amaram e amam é de grande ajuda para conseguirmos passar mais tranquilamente por uma situação de perda. Quem já se sentiu amado costuma reagir melhor às perdas e traumas.  É aqui que começamos a perceber que essa dor vai passar e que a vida continua. Sim! A vida pode ser boa mesmo sem o que ou quem você perdeu.
Por fim algo que é importantíssimo termos em mente sempre que uma situação de perda, um sofrimento de forma geral, bater a nossa porta: 'nada como um dia após o outro'. Essa frase que já escutamos tantas vezes é muito sábia! Dê um tempo para você mesmo! O luto - perder algo é sempre um processo de luto! - é, como disse, um processo. Leva algum tempo. Tenha paciência! Tudo passa! Isso não quer dizer que a pessoa que te deixou não é importante ou que será esquecida. Ela sempre será cara para você, mas a vida - a tua vida - não começou nem terminou por causa dela. Lembre-se disso!
Mas se mesmo assim a dor ainda for muito grande e difícil de lidar, a psicoterapia é sempre muito bem vinda e te ajudará. Pense: “Quero voltar a sorrir e viver feliz! Quero voltar a viver! Preciso voltar a viver!!!”

terça-feira, 19 de abril de 2011

Você tem uma boa autoestima?

Escuta-se falar muitas vezes sobre autoestima, mas nem sempre as pessoas sabem ao certo o que significa. Então, o que é autoestima?
 Autoestima é a capacidade de sentir a vida, estando de bem com ela; é ter confiança no seu modo de pensar e de enfrentar os problemas. É perceber que você tem o direito de ser feliz e os outros também.
É importante deixar claro que autoestima não é egoísmo! Egoísta é aquela pessoa que quer o melhor, e quase sempre no sentido material, somente para si, não se importando com os outros. Quem possui uma autoestima elevada, tem como conseqüência amor e estima pelos outros. Ela quer o melhor para si, e para os outros também!
Muitas pessoas não se permitem ver as suas qualidades nem dizer que querem bem a si mesmas, via de regra porque acham que isso significa se vangloriar ou ser convencida ou até mesmo porque se deve amar os outros e não a si. Na Bíblia, lemos: “amai a Deus sobre todas as coisas e ao próximo” e muitos se esquecem do final da frase “como a ti mesmo”. Então se tenho uma baixa autoestima, se não amo a mim mesmo, como poderei amar ao próximo?!
Sendo assim, trazendo para o nosso dia-a-dia, se uma pessoa se sente insegura para enfrentar os problemas da vida, se não tem auto-confiança ou confiança em suas próprias idéias, isso é sinal de uma autoestima baixa. Também pode-se perceber uma baixa autoestima se falta a essa pessoa respeito por si mesma, se ela se desvaloriza e não se sente merecedora de amor e respeito por parte dos outros, se acha que não tem direito à felicidade, se tem medo de expor suas idéias, vontades e necessidades. E aqui não importa a ela as suas outras características positivas, ou suas qualidades, porque ela se vê mal.
Se você se percebe com alguma dessas características aqui vão algumas dicas para se cultivar uma boa autoestima. Lembre-se que essas dicas devem ser observadas constante e diariamente. Contudo, elas de nada valerão se você não percorrer o caminho do autoconhecimento através de um diálogo interno franco, ou seja, ter coragem de se ver, se encarar, se reconhecer. 

1. Viva conscientemente. Participe intensamente daquilo que você faz e enquanto o faz. Ou seja, viva o presente.
2. Auto-aceitação. Conseguir ouvir críticas ou idéias diferentes com tranquilidade. Isso se consegue quando constantemente se busca o reconhecimento de suas qualidades, defeitos, limitações, potenciais, tendências, etc. A pessoa com autoestima saudável não se envergonha em dizer, "Eu estava errado" porque conhece e reconhece suas limitações. E ter limitações não tem nada demais! 
3. Senso de responsabilidade. Cada um é responsável pela própria vida, pelo próprio bem-estar; Por isso, a pergunta diante de algum problema não é "De quem é a culpa?", mas "O que preciso/posso fazer?" Percebe como aqui já não transfiro meus problemas para outrém, e sim, assumo minhas responsabilidades; sou um ser ativo - e não passivo - diante da minha vida.
4. Respeito aos próprios valores e aos dos outros. Somos diferentes uns dos outros e, sendo assim, as pessoas não são obrigadas - nem você é obrigado - a pensar e ver as situações de maneira igual. Respeito por si e pelos outros é um bom indício de uma autoestima elevada.
5. Preste atenção em você. Perceba os seus pensamentos os negativos e positivos. Você não é os seus pensamentos, mas eles têm uma enorme força sobre a sua forma de ver a vida. Você pode melhorar a sua vida, mudando a qualidade de seus pensamentos. Isso é muito importante! Cultive pensamentos positivos e elevados - sempre pautados, é claro, na realidade. Procure abolir as lamúrias, julgamentos sobre si e os demais e as murmurações. Quando o pensamento negativo aparecer na tua mente não deixe que ele permaneça e te preencha.
Por fim, para se construir uma boa autoestima é fundamental ter uma nova percepção sobre sua vida. Aceitá-la como ela é! Bendiga a Deus por aquilo que Ele te dá hoje! E como fazer isso? Que tal começar parando já de reclamar! Aceite sua casa e seus bens (mesmo sendo pouco ou muito). Aceite as pessoas como elas são e, principalmente, se aceite como você é: seu corpo, sua personalidade. Mas, atenção! Aceitar não significa se acomodar com os problemas e dificuldades da vida. Deve-se sempre buscar a força para mudar o que se pode mudar, e a aceitação para o que não se pode. Fazendo assim, a vida se torna muito mais bela e tranquila de ser vivida. Experimente!

 

quinta-feira, 24 de março de 2011

Viver o Presente

Viver o presente... Viver o hoje, o agora... O que era para ser simples acabamos fazendo uma grande confusão! Por que parece ser tão difícil viver o presente? Estamos ou no passado ou no futuro! Não é uma tarefa fácil encontrar quem viva o presente. E são muitas as formas que criamos para fugir dele.
Muitos passam boa parte dos seus dias numa grande sessão nostalgia com pensamentos do tipo “eu era feliz quando tinha tantos anos” ou ressalta o valor do passado ou da situação em que se encontrava em detrimento do que vive hoje: eu era feliz quando era criança, ou antes de me casar, etc. E enquanto a pessoa ‘viaja’ no tempo, buscando – e às vezes até fantasiando – o passado, as coisas boas do agora passam despercebidas...
Existem aqueles que se dedicam a lembrar com freqüência de seus sofrimentos passados e do quanto a vida tem sido dura ou ruim para eles “minha vida é cheia de sofrimentos e coisas horríveis”, dizem. E enquanto isso as coisas boas do agora continuam passando...
Outras, ao contrário, se debruçam nos pensamentos com relação ao futuro. “Eu serei feliz quando conseguir tal coisa”. Quando for maior de idade, quando me casar, quando eu tiver filhos, quando eu ganhar não sei quanto, quando eu tiver casa própria… Geralmente essas pessoas não são felizes porque quando conseguem  alcançar o seu objetivo sempre há outra coisa melhor ou percebem que aquilo que tanto desejavam não era conforme os seus sonhos – o que gera frustração – e nos dois casos não aproveitam os seus sucessos conquistados.
Há ainda os que se escravizam com o “e se…?” ‘e se eu fico doente?’, ‘e se eu perder o emprego ?’, ‘e se ele (a) se cansar de mim…?’, ‘E se…?’, ‘E se…?’ E, dessa forma, temendo o futuro, deixam de viver as coisas boas que existem no presente.
Tudo isso, geralmente, acontece devido a uma necessidade de ter as coisas sob controle tentando evitar o sofrimento. Contudo, não se pode controlar, como muitas vezes desejamos, o curso dos acontecimentos! Então o que fazer? O que podemos fazer todos os dias é escolher participar de forma ativa ou passiva de nossas vidas. Não precisamos nos aprisionar em nossos próprios pensamentos passados ou desejos futuros! Se você quiser, pode optar por olhar o mundo em que vive e para a sua própria vida prestando atenção naquilo que há de agradável ao invés de se fixar apenas no que é cinzento ou penoso. Ou seja, viver bem o presente e, consequentemente, termos boas lembranças e um bom futuro depende muito da forma como percebemos os acontecimentos do momento e como agimos diante deles. Quando entramos de verdade no momento presente, enfrentando os desafios e acreditando que as atuais circunstâncias em que nos encontramos são exatamente as necessárias para nós, toda a vida pode tornar-se extraordinária e ser celebrada em cada novo dia que começa - mesmo que ela tenha muitas situações que não gostamos ou que nos fazem sofrer.
Dentro dessa percepção sobre o presente, dificilmente ficaremos presos ao passado nem àquilo que já fomos. Podemos questionar, examinar, mudar de idéia, descobrir novas realidades, empenharmo-nos e recomeçarmos continuamente. Em tudo isso existem dificuldades e obstáculos? Sim, claro que sim! A vida é cheia deles! E nunca ficaremos sem esses professores e suas duras lições. Mas mesmo assim, é exatamente vivendo o presente da forma como ele realmente é, que poderemos encontrar a felicidade. A felicidade aparece em nossas vidas nos pequenos momentos e gestos e não nas grandes coisas como muitos pensam ou sonham. Ao invés de passarmos a vida preocupando-nos com o que os outros acham de nós, se nos aprovam ou desaprovam ou preocupados em corresponder-lhes as expectativas, podemos ouvi-los e compreendê-los. E ver que, tal como nós, todos tem limitações. Mas tem também suas qualidades e percepções sobre as situações que nem sempre são as nossas.
Vivermos no presente, é o aqui e o agora! Sobre o passado só podemos recordá-lo e aprender com ele, e do futuro só podemos fazer planos, embora não exista nenhuma garantia de que se realizarão.
É muito importante termos esta consciência para que possamos nos libertar de tanta carga emocional negativa que nos mantem presos em qualquer outro momento. E o que é mais interessante em tudo isso é que quando vivemos melhor o nosso presente - buscando o que ele tem de melhor e aprendendo com o que nos faz sofrer - começamos a perceber que não precisamos ter o controle de tudo, pois em qualquer situação em que nos encontrarmos poderemos vivê-la bem e sem medo.

domingo, 13 de março de 2011

Estou triste. Acho que é depressão...

   Sabe quando bate aquela tristeza e parece que tudo fica triste e sem sentido?  Depois vem uma dificuldade de levantar da cama e executar tarefas corriqueiras. O desânimo é tamanho que até a fala fica estranha, meio arrastada, os pensamentos ficam pessimistas o que só intensifica a tristeza e uma auto-piedade que chega dói. Ruim, não é?! Pois é, hoje em dia é difícil encontrar quem nunca passou por uma situação semelhante. Porém, essa descrição ainda não é a de uma depressão enquanto transtorno psicopatológico! E nem sempre quando vivenciamos situações como essa entramos no chamado transtorno depressivo. Mas por que algumas pessoas entram em depressão e outras não?
Como tudo no ser humano, também a nossa mente e a forma como percebemos as coisas que nos acontecem são complexas, multifatorias e variam, consequentemente, de pessoa para pessoa. É por isso que tantas vezes vemos filhos de mesmos pai e mãe serem tão diferentes na sua forma de ser, pensar e agir. Mesmo assim, pessoas que têm familiares que sofrem ou sofreram de depressão têm uma probabilidade maior de também adoecerem – depressão é uma doença e como tal deve ser tratada. Isso acontece não só pelo caráter hereditário, mas, sobretudo, porque aprendemos a nos comportar e pensar baseados, particularmente, no que vivenciamos no âmbito familiar.
Então quer dizer que estamos a mercê de fatores externos? Não. É bem verdade que eles nos influenciam, mas podemos aprender a perceber, pensar e agir de maneiras mais adaptativas e saudáveis. Por isso, se você se percebe nessa situação ou que essa tristeza volta e meia lhe acontece aqui vão algumas dicas muito simples que podem ajudar não apenas a sair da tristeza, mas, o que acho mais importante, a perceber a você mesmo, aos outros e a sua vida de uma maneira mais tranqüila e saudável. Quero deixar claro que essas dicas não tratam a depressão. Elas apenas podem ajudá-lo a encontrar um pouco mais de ânimo e alegria dentro de si e da sua vida.
1.      Sol é um excelente remédio do tipo ‘espanta tristeza’ natural. Por isso, banhos de sol – sobretudo aquele da manhã – é muito bom.
2.      Fazer exercícios aeróbicos que você goste (de preferência) como caminhada, corrida, natação, futebol, vôlei, basquete...
3.      Caminhar descalço na areia da praia ou na grama é muito bom. Contato direto com a natureza faz um bem danado. Sentir a terra com os pés durante o seu ‘banho de sol’ da manhã então..... maravilha!
4.      Fazer o que gosta. O que você gosta de fazer? Ver filme (sugiro comédia. Por favor, não veja um drama ou documentário triste se você está também triste. Isso costuma piorar o nosso humor.), ler um bom livro, ouvir música (nada de música triste!), fazer uma hortinha em casa, arrumar o jardim já há tanto tempo esquecido, brincar com o cachorro (aliás um bichinho de estimação em casa é muito bom para espantar a tristeza), fazer trabalhos manuais, etc. Veja o que você gosta de fazer e FAÇA! Se ocupe com o que lhe é agradável, foque seu pensamento em coisas agradáveis e você perceberá que seu dia será mais gostoso de ser vivido e ficará mais fácil para lidar com os problemas, pois sua cabeça está mais leve e tranqüila.
5.      Não se deixe levar pelos pensamentos ruins! Eles geralmente são falsos, sabia? Então procure olhar a realidade de forma mais objetiva – sem os exageros do medo, da lamúria e auto-piedade – e brigue com os pensamentos negativos! Confronte-os de forma objetiva, sincera e real. Isso não é para se enganar com mentiras. Muito pelo contrário! Toda a argumentação contra os pensamentos negativos deve ser pautada na realidade. Essa é uma briga que a princípio é quase constante, mas depois ela vai ficando mais espaçada e fácil de ser feita. Quem não tem hábito de fazer isso pode encontrar dificuldades. Sendo assim, nesse item, a ajuda de um psicoterapeuta é muito bem vinda.
6.      Procure pensar coisas boas das pessoas e de você mesmo, ou seja, não julgue ninguém. Ter pensamentos ruins não faz bem a ninguém (nem para quem é alvo do pensamento nem para quem tem o pensamento). Mesmo que o outro esteja agindo mal, será que realmente vai adiantar alguma coisa pensar coisas ruins a respeito dele ou falar coisas ruins? O que você está ganhando com isso? Será que essa atitude não faz apenas você sentir uma revolta e amargor no seu coração e porque não dizer na alma? Ao contrário, pensar bem do outro, ou seja, não julgar faz com que tenhamos mais tranqüilidade de espírito, mais paz e amor dentro de nós e nas nossas relações. Experimente! E comprove o bem que isso faz aos outros e, sobretudo a você (só a tristeza é que não gosta).
Mas se mesmo assim você continua triste é importante ver se existe algo em você que está realmente difícil de lidar. E ISSO NÃO É NENHUMA VERGONHA! Saber reconhecer as nossas limitações é sábio e mais do que isso é um ato de muita coragem!!! Sempre ouvimos dizer que precisamos ser fortes e ‘dar conta’ de tudo. Mas ‘dar conta’, muitas vezes é dizer: “preciso de ajuda”! Porque ‘dar conta’ de algo não é necessariamente sozinho! Muitas vezes ‘damos conta’ das coisas com a ajuda das pessoas (quer sejam familiares, amigos ou profissionais).
Também é comum escutarmos da pessoa deprimida a verbalização "parece que estou de ‘frescura’", porque não vê motivos para estar dessa forma. Tem uma vida boa, mas não consegue achar alegria em nada! Se você está assim, então, sugiro que o quanto antes procure um psicólogo. O que tenho visto é que o quanto mais rápido se busca ajuda o tratamento dura menos tempo, é mais eficaz, e, o melhor de tudo, sofre-se menos!