sexta-feira, 13 de maio de 2011

A dor da perda

"Acabou". O quanto essa simples palavra é dura para quem está passando por esse momento... Perder algo ou alguém seja pelo motivo e forma que for é sempre algo difícil de aceitar e doloroso de enfrentar.
A perda pode ser de qualquer coisa ou pessoa que julgávamos nossa ou que iríamos ter sempre conosco. O certo é que ninguém está livre de vivenciar isso. As perdas permeiam o nosso cotidiano! Porém quando se aceita melhor aquilo que acontece no dia-a-dia, é possível conseguir mais rapidamente voltar ao estado normal. Agora aquele que não admite perder nem no dominó ou num jogo de cartas qualquer, esse terá mais dificuldade em lidar com perdas mais sérias. 
Separação
A separação pode ser uma das experiências mais difíceis da nossa vida e todos nós um dia passaremos por algum tipo de separação. Existem aquelas que podem ser só por um momento (como por motivo de viagem, por exemplo) e outras são definitivas ou a longo prazo.
O tipo mais complicado de separação costuma ser a de longo prazo ou definitivas onde nem sempre existe retorno. São os casos do divórcio, demissão, fim de um amor, morte de uma pessoa querida. Esses tipos de separação geralmente resultam em dor emocional intensa que é difícil de superar.  
O que fazer para superar uma perda?
É verdade que quando vivenciamos um sofrimento por uma perda a dor é realmente difícil de lidar. E isso acontece porque criamos uma percepção equivocada de que temos controle ou o poder de manter determinada coisa ou pessoa – como se nunca algo fora desse plano fosse acontecer. Contudo, a realidade é bem diversa disso! Não temos controle sobre nada nem ninguém, muito menos que serão eternos. As coisas mudam, as pessoas mudam, as situações mudam. Tudo muda. E quando projetamos, criamos expectativas sobre algo, e com isso corremos o risco de sofrer pela perda. Percebam! A dor maior não é porque a realidade é dura e sim porque estávamos lá nas nuvens! E como se diz: “quanto mais alto, maior a queda” (e a dor)! Não é que não podemos projetar ou ter expectativas, mas que possamos fazê-los com mais consciência da realidade, ter mais os pés no chão. Isso nos ajuda muito não só no sofrimento, mas também nas alegrias e nos momentos felizes.
Então, o que fazer para superar essa dor que sinto agora? A primeira coisa que você pode fazer para amenizar essa dor, é desabafar. Desabafar não significa contar para qualquer um o que aconteceu. Significa falar com uma pessoa em quem você confia (e já demonstrou ser digna de confiança) sobre o que está passando, e sobre o que está sentindo. Quando falamos conseguimos reprocessar, digerir melhor o que está acontecendo, pensamos mais fácil e claramente sobre o que estamos passando. Quando falamos colocamos para nós mesmos às claras a realidade. Ver os fatos, falar sobre eles e sobre os sentimentos que estão dentro de você dá menos brecha para que os fantasmas do medo, da frustração, da desesperança, do desejo de vingança e tantos outros nos atormentem ou nos assombrem nesses momentos.
Desabafar também é chorar. Sim, chorar... Você PODE chorar. As lágrimas muitas vezes conseguem expressar aquilo que as palavras não são capazes. Elas chegam até as nossas emoções, expressam-nas mais claramente, e põem para fora aquilo que nos angustia. Enfim ‘lavam a alma’. É realmente muito bom chorar. Gostaria apenas de fazer uma observação: o choro é bom, como disse, quando é sobre a situação em si e sobre nossos sentimentos em relação a ela. Mas cuidado com a auto-piedade! Ela é vista como uma das fases da perda, do luto, mas deve ser apenas um estágio; um período que deve ser superado. Nunca é bom dar espaço a ela! Pois se alimentarmos exageradamente a auto-piedade poderemos ter mais dificuldade em lidar com a perda nos conduzindo, dessa forma, pelos tortuosos caminhos do medo e até da depressão. Por isso, chorar é muito bom, mas chega uma hora que é necessário dizer a si mesmo: ‘Chega! Agora tenho que pensar em alternativas para mim e minha vida. Não posso continuar assim!’
Também já ter experimentado que outras pessoas nos amaram e amam é de grande ajuda para conseguirmos passar mais tranquilamente por uma situação de perda. Quem já se sentiu amado costuma reagir melhor às perdas e traumas.  É aqui que começamos a perceber que essa dor vai passar e que a vida continua. Sim! A vida pode ser boa mesmo sem o que ou quem você perdeu.
Por fim algo que é importantíssimo termos em mente sempre que uma situação de perda, um sofrimento de forma geral, bater a nossa porta: 'nada como um dia após o outro'. Essa frase que já escutamos tantas vezes é muito sábia! Dê um tempo para você mesmo! O luto - perder algo é sempre um processo de luto! - é, como disse, um processo. Leva algum tempo. Tenha paciência! Tudo passa! Isso não quer dizer que a pessoa que te deixou não é importante ou que será esquecida. Ela sempre será cara para você, mas a vida - a tua vida - não começou nem terminou por causa dela. Lembre-se disso!
Mas se mesmo assim a dor ainda for muito grande e difícil de lidar, a psicoterapia é sempre muito bem vinda e te ajudará. Pense: “Quero voltar a sorrir e viver feliz! Quero voltar a viver! Preciso voltar a viver!!!”